quarta-feira, 3 de março de 2010

Review Show: Flicts – Hangar 110 – 27/02/2010

Show: Flicts, Garotos de Suburbio, Juventude Maldita e Sweet Suburbia

Local: Hangar 110 – São Paulo – SP
Data: 27/02/2010

Bem agora sim podemos falar que 2010 começou com o pé direito, pelo menos na cena atividades depois de uma pseudo parada (aconteceram vários shows nesse período e porisso não considero que a banda acabou).
Definitivamente a banda já tinha um publico fiel que crescia a olhos vistos, o cd deles estava na segunda prensagem e o mais importante criava discípulos e por conseqüência criou uma escola ou seja algumas bandinhas davam os primeiros passos no mesmo caminho do Flicts.
Pra cena perder um alicerce destes é muito complicado, pois num pais onde imperam sertanejo, axé e pagode uma grande banda de punk é como uma agulha no palheiro.
Queria sentir melhor o que estava por vir nesse retorno e decidi começar os trabalho com antecedência e no sábado anterior ao show fui ao ensaio deles.
Já nos primeiros sons do ensaio dava pra sentir o misto de ansiedade e vibração quando eles passavam cada musica. Estavam preocupados com o set list e como seriam recebidas as musicas novas e além disso ralavam pra fazer um show redondinho, sem erros.
E como não podia deixar de ser absorvi essas sensações e isso fez com que passasse uma semana desejando a chegada da hora do show.
Pra incrementar isso tudo, lia e participava diariamente do Twitter do Flicts - http://twitter.com/Flictsoficial - (gerenciado pelo Arthur) e novamente era chamativa a vontade dele de voltar. Uma coisa bem verdadeira e transparente.
Nesse clima de pura ansiedade, fui cedo pro Hangar afinal queria ver se o publico compartilhava dos mesmos sentimentos. Ao embicar o carro na Rodolfo Miranda, a primeira mensagem: uma enorme galera se aglomerava em frente a botequinho e dominava pelo menos metade da rua. A noite prometia e o sentimento de festa se espalhava pelo ar.
Já no Hangar e com o povo ainda entrando, sobe ao palco o Sweet Suburbia. Esse foi o meu primeiro show dos caras e tive uma grata surpresa, banda bem ensaiada, com vocais e melodias bem harmoniosas.
As musicas bem no clima das bandas 77 com uma pitada de MOD. Letras todas em inglês que é uma coisa que não me empolga muito, mas no caso deles também não atrapalha. Sons sempre melodiosos e alguns dançáveis, destaque pra Brotherhood, muito jeitão de que vai ser o hit, da galera. Foi a banda perfeita pra já ligar o cérebro dos que estavam chegando.

Sweet Suburbia

Já numa pegada mais nervosa o Juventude Maldita ,em trio, sobe e começa a mexer com a cabeça, pernas e braços do publico e se iniciam as primeiras rodas. Demente já tem uma interação mais forte com o publico e foi mesclando discursos ao meio das pauladas sonoras e políticas do Juventude. Só to achando falta de uns sons novos, na linha dos antigos sucessos, tipo “Explorados” , mas vê-los no palco abrindo pro Flicts me remeteu aos anos de 2001 a 2003 quando isso era comum no Hangar ou Black Jack, talvez essa nostalgia acione algo no Demente pra que novas canções do Juventude venham incitar nossas mentes.
Bem agora com a casa já lotada vinha uma das big atrações da noite, Garotos de Subúrbio.
Já tinha ouvido falar por cima desse projeto que mescla integrantes dos Inocentes das antigas com a formação atual. Se ligue:

Callegari, Guitarra - fundou o Inocentes junto com o Clemente
Ariel, Vocal - participou da 2ª formação do Inocentes, hoje mantém o Invasores de Cérebro
Anselmo, Baixo – Formação atual do Inocentes
Nonô, Bateria – Formação atual do Inocentes

Estava curioso com um pé atrás, pois não sabia se era um projeto porreta ou um daqueles que apenas reúne os velhos amigos pra tocar um som e curtir os velhos tempos. Algumas bandas da velha guarda do punk tem feito uns “retornos” e se mostram meio grudadas ao passado e de novos só a barriga dos componentes.
Mas o show começou e meus temores se foram rapidamente e mais rapidamente substituídos por um forte vontade de agitar todos os sons. Ariel esta 100% na ativa e cara, vou te falar ele é um dos vocais mais carismáticos do punk rock nacional, Anselmo parecia mais solto que nos Inocentes e como resultado tivemos um show cheio de energia e só com petardos que fizeram muitos de nós dar os primeiros passos no Punk Rock.

Anselmo-Baixo e Ariel-Vocal dos Garotos de Suburbio.

Quanto mais os sons iam rolando a energia contagiava a velharada, como eu, que se sentia nos antigos porões do punk e a molecada nova que descobria como tudo começou, mas sem gordura ou miopia e sim com muita experiência.
Experiência essa que foi ao máximo quando Clemente também se junto a banda e levantaram o Hangar ao som de Pânico em SP, foi de arrepiar e se num tivesse com a câmera nas mãos iria pogar junto com o povo, foi lindo demais.
Bem nem preciso mais falar que como estava o clima pro Flicts entrar e ao se abrirem as cortinas do Hangar todos os presentes tiveram a certeza, que eles tinham de voltar, pois a partir daí publico e banda foram uma coisa só e posso dizer que foi um show divisor de águas, sinto que vamos ter um retomada no punk rock brasileiro e essa culpa vai caber ao Flicts.
Como em todos os shows, foi um “susssscesso” (no melhor estilo Arthur) atrás de outro Briga de Bar, Pauliceia, Busão, Ele Não Quer Crescer, Amigos, Despedido, Canção de Batalha e por ai vai...até mesmo a nova “Meu Bairro” que mostra um Flicts mais rock foi imediatamente absorvida e já entoada pela galera que estava extasiada. O cover da vez era Pretty Vacant dos Pistols e tá certo cover é assim mesmo, num pode virar hit da banda, é só uma homenagem e tem de ir mudando.

 Rafael/Bateria - Flicts  


                                                                  
            Arthur/Guitarra - Flicts


Um longo set de pelo menos 20 sons, longo pra banda que estava morrendo no calor de 8000oC do Hangar, mas que se sentia ser um presente pro publico que como se pode perceber não sumiu nem os abandonou nesses 5 anos de “quase” ausência.
E o publico ia mais longe, pois berravam por Cerveja e We Will Never Walk Alone... musicas que marcaram época da banda.
Bem, fim de show e finalmente o Hangar todo respira aliviado, pois o Flicts voltou de verdade e toda a ansiedade virou felicidade, alegria e suor e certeza que o sangue vai continuar a correr mais forte nas veias quando eles entrarem nos próximos shows.

“Que o coração continue batendo
Que as amizades continuem vivendo
Que os amores continuem sangrando
E que o coro continue cantando”

Bem vindos de volta amigos.

Flavio El Loco

Um comentário:

  1. Ae Flavião, acho que você viajou mano, só tocamos músicas dos 2 primeiros discos do Juventus hehehehehe a única nova foi essa aqui ó:
    http://www.youtube.com/watch?v=LGmhg959XaI
    abracão!
    demente

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